Lugar de vida!

Sei, nesse longo período em que trabalho como médica nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), o quão difícil é para as famílias se depararem com um universo de informações novas sobre seus entes queridos enquanto eles recebem cuidados tão específicos e diferentes. Por isso, reuni aqui algumas questões para facilitar a vida de quem busca conhecimento de forma rápida e fácil.

O que é a UTI?

UTI ou CTI (Centro de Terapia Intensiva) trata-se de um setor específico nos hospitais onde recursos avançados são empregados para pacientes que precisam de monitorização mais intensa e medidas terapêuticas rápidas. Nessas unidades, há profissionais da área da saúde 24 horas por dia com essa finalidade.

Pacientes muito graves estão internados nesses locais?

Sim, mas nem sempre! Temos várias situações nas quais o paciente está nesse ambiente para monitorização e observação mais cuidadosa. Por exemplo, no pós-operatório de uma cirurgia de grande porte, como uma neurocirurgia, mesmo que o paciente esteja bem, ele deve permanecer na UTI para possíveis intercorrências.

A UTI salva muitas vidas todos os dias. O número de altas para as unidades de internação (leitos normais) é maior do que o número daqueles que têm um desfecho desfavorável. Entre os pacientes internados, podemos ter casos de cetoacidose diabética em coma, idosos com acidente vascular cerebral (trombose), adultos de meia-idade com infarto, entre outras condições.

Quem são os médicos que estão na UTI?

Há diferentes médicos atuando na UTI, com funções específicas:

• O médico plantonista é aquele que está presente durante todo o período do plantão. Ele revezará com outros médicos para garantir a continuidade do tratamento e da monitorização do paciente. O plantonista conduz o atendimento no seu período de plantão, mas não deve intervir em condutas a médio e longo prazo, a menos que seja uma situação urgente. Essas decisões ficam a cargo do médico diarista.
  
  

• O médico diarista acompanha os pacientes diariamente e, em conjunto com o plantonista e o restante da equipe, determina a conduta a ser tomada de forma planejada e coordenada. Ele define, por exemplo, a duração do esquema antibiótico, o tempo estimado de internação na unidade e os exames não urgentes que o paciente deverá realizar.
  
  

• O coordenador da UTI é responsável pela organização do serviço e por questões burocráticas. Geralmente, tanto o diarista quanto o coordenador são intensivistas, ou seja, especialistas em pacientes críticos.
  
  

O médico plantonista deve comunicar aos familiares apenas sobre o estado do paciente durante o seu turno, sem estimar tempo de internação ou alta, pois essas decisões são responsabilidade do médico diarista e da equipe multidisciplinar.

Ainda há dúvidas?